Para quem sabe ler, um pingo é letra.

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Como pode, moça, ser tão graça e ternura
Me desarmar, despir minha armadura
Como pode a vida me presentear
Fora outra hora tão dura
Como pode a vida desenhar
Em tal carne tão formosa escultura
Como pode Deus deixar
No coração dela juntar
Alguma amargura
Como posso querer-a tanto
Em saudade vou-me aos prantos
Em teus braços os encantos
Em teus lábios a doçura
Ainda bem que não sou santo
Teu corpo serve-me de manto
Teu amor me é recanto
Outras vezes minha cura
Entretanto me espanto

Quando me deparo em loucura!

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